Regressamos aos vinhos da Borges, aqui referidos recentemente em colheitas antigas. Agora temos as marcas mais recentes da empresa, produzidas no Douro e no Dão.
O Quinta da Soalheira tem tido algumas aparições à nossa mesa nos últimos anos, aparecendo sempre como uma aposta segura.
Elaborado com um invulgar lote de 6 castas – 6, apresenta um aroma floral de violetas e menta, mas também algum fruto vermelho e silvestre, pontuado com um toque de especiarias, com ligeira influência da madeira em que estagiou. Uma parte do vinho é estagiado em cubas de inox e outra estagia em madeira de carvalho francês durante 18 meses.
Na boca apresenta-se com bom volume e estrutura, acidez muito equilibrada e taninos macios, num conjunto longo e persistente, muito saboroso na prova.
Já o Quinta de São Simão da Aguieira, a produção da Borges nas proximidades de Nelas, aparece com aroma muito intenso e frutado, com notas de fruta preta madura, mas algo fechado.
Na boca nota-se claramente um excesso de álcool que o torna algo agressivo (14,5% de álcool – era mesmo necessário?), precisando de muito arejamento para amaciar. Neste caso aconselha-se a guarda para que o vinho possa amansar na prova de boca.
Não deixa, contudo, de ser um bom vinho mas que sai algo penalizado nesta fase da sua vida devido ao elevado teor alcoólico que em nada o beneficia. Provavelmente alguns anos em garrafa fá-lo-ão crescer e torná-lo-ão mais apelativo. Mas este poderá ser mais um erro estratégico no perfil do vinho.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Produtor: Sociedade dos Vinhos Borges
Vinho: Quinta da Soalheira 2017 (T)
Região: Douro
Grau alcoólico: 13%
Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinto Cão, Sousão
Preço em feira de vinhos: 5,99 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Quinta de São Simão da Aguieira 2017 (T)
Região: Dão
Grau alcoólico: 14,5%
Castas: Jaen, Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz
Preço em feira de vinhos: 5,99 €
Nota (0 a 10): 7
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