5º Festival de Vinhos do Douro Superior (6ª parte)

Quinta das Bandeiras




Terceiro e último dia.

Bagagem arrumada e transportada para o autocarro, onde irá permanecer até apanharmos o comboio no Porto para o regresso a Lisboa.

O percurso começa já em direcção a norte e dura poucos minutos, até voltarmos a um percurso pedonal: vamos visitar a Quinta das Bandeiras, propriedade de Sophia e Tim Bergqvist e integrada no projecto da Quinta de La Rosa, onde o enólogo é o conhecido Jorge Moreira, autor dos vinhos Poeira em produção própria e enólogo residente na Real Companhia Velha.

Vamos subir e descer, por entre vinhas, montes, vales e por baixo dos enormes cabos de alta tensão que atravessam o monte. Na vinha, as uvas começam a despontar e já se vêem cachos com frutos pouco maiores que uma cabeça de alfinete – um bom desafio para os mais bem equipados para a fotografia tirada com detalhe.

Quando se acaba de subir, dum lado vê-se lá em baixo o Centro de Alto Rendimento onde estivemos alojados, no Pocinho, e em frente vislumbram-se algumas edificações antigas... da Quinta do Vale Meão. Ali só com calçado desportivo, e com veículos todo-o-terreno.

Desce-se, desce-se e desce-se. Curva e contracurva. As vinhas desaparecem e aparece vegetação mais densa. O caminho é íngreme e tortuoso, o que de repente me levanta a dúvida inquietante: será que vamos ter de fazer o caminho de regresso da mesma forma??? Felizmente não, porque o percurso vai terminar no fundo da encosta contrária e junto à estrada nacional que nos levará em direcção ao Porto.

As conversas sucedem-se sobre vinhas, sobre vinho, sobre caça, sobre árvores e terrenos, e até sobre linhas do caminho-de-ferro. Já quase chegados ao nosso destino atravessamos uma velha linha férrea que em tempos serviu para os comboios contornarem os montes...

Finalmente chegamos cá abaixo e do outro lado do rio temos a Quinta do Vale Meão. Num baixio mais plano foi montada uma espécie de tenda com duas mesas para almoçarmos. Jorge Moreira assume o topo de uma das mesas e vai contar-nos a história dos vinhos que iremos provar.

É nesta altura, quando estamos a provar o excelente Passagem Reserva branco, que somos informados em primeira mão de que este vinho foi o vencedor do concurso de vinhos na categoria de brancos. Provámos o Passagem Reserva branco, o Reserva tinto e o Grande Reserva tinto e um Porto LBV e um Porto Vintage. No prato, o destaque foi para um delicioso lombo de vitela com batatas assadas e salada.

Pela amostra, ficou a sensação de que este projecto tem boas pernas para andar, pois os vinhos provados foram excelentes e prometem impor-se no panorama dos vinhos do Douro. Na caso do Passagem Reserva branco, em especial, agradou-me particularmente, e pelo preço de venda indicado (10,20 €) pode ir longe.

Fim do almoço, é altura de atravessar a estrada e apanhar o autocarro que nos espera para nos levar ao Porto. Obrigado a todos os que nos receberam e acompanharam, obrigado aos companheiros de viagem pelo excelente convívio e, naturalmente obrigado à organização, com destaque para a incansável Joana Pratas, e à Revista de Vinhos pelo convite que me foi enviado para participar nesta experiência inédita.

Até uma próxima oportunidade.

Kroniketas, enófilo viajante


Foto dos vinhos vencedores do concurso: Ricardo Palma Veiga

Quinta de la Rosa
5085-215 Pinhão
Tel. 254.732.254

Comentários