Depois duma longa ausência, voltei a experimentar este branco de Pegões.
Era um vinho que apresentava uma forte personalidade, pois sempre teve características bastantes distintivas, com um perfil muito próprio e difícil de confundir com qualquer outro.
Sempre se pautou por ter um carácter algo austero e ligeiramente marcado pela madeira, quer no aroma quer no sabor.
Tem uma panóplia de aromas resultantes deste complicado lote, com nuances que vão desde o frutado cítrico e tropical até ao vegetal e mineral, mas sem predominância de qualquer um deles.
Na boca a madeira também está evidente mas sem excessos. Tem boa estrutura, boa complexidade e uma boa acidez, o que tudo junto o torna muito vocacionado para acompanhar pratos de bacalhau assado no forno com muito azeite – é um prato que sempre ligou bem com este vinho quando experimentei essa parceria.
Se temos muitos vinhos que não valem aquilo que custam, este é um exemplo contrário: não custa aquilo que vale, pois é muito melhor do que se paga por ele.
Recomenda-se.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Adega de Pegões Colheita Seleccionada 2020 (B)
Região: Península de Setúbal
Produtor: Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões
Grau alcoólico: 13%
Castas: Arinto, Verdelho, Chardonnay, Antão Vaz, Fernão Pires
Preço em feira de vinhos: 2,49 €
Nota (0 a 10): 7,5
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