No meu copo, na minha mesa 291 - Jantar Paulo Laureano no restaurante Rubro




Após o jantar do Esporão, voltámos em formato de trio para um jantar com vinhos Symington. Em quarteto, já com a companhia do tuguinho, alinhámos num jantar com vinhos Niepoort (este uma espécie de repetição para mim e para o Politikos, depois do evento no Jacinto em 2009), desta vez com a presença do próprio Dirk a falar connosco nas mesas.

A última e mais recente incursão fez-se em quinteto com vinhos de Paulo Laureano, o enólogo-produtor do Alentejo que usa como lema dos seus vinhos “só castas portuguesas”. A primeira abordagem fez-se na rua, porque estávamos em pleno Verão e o tempo pedia um fim de tarde ao ar livre. Aí pudemos provar um excelente espumante produzido em Bucelas, a grande surpresa do evento, para além dum branco Singularis e dum rosé, este algo pesado para o gosto da maioria dos presentes.

Quando chegou a hora de subirmos ao 1º andar, o próprio Paulo Laureano fez uma breve apresentação aos vinhos que iam ser bebidos, voltando durante a refeição para mais algumas trocas de impressões.

Como habitualmente, desfilaram vários pratos acompanhados por vários vinhos, acerca dos quais, como quase sempre acontece nestas ocasiões, as opiniões entre os 5 comensais não foram unânimes, com apreciações que na nossa escala variaram do modo que resumimos em seguida:

Pratos: Gaspacho de meloa com presunto crocante, cogumelos morron com ovos de codorniz e foie, pincho de cerdo ibérico com cebola confitada
Vinho: Paulo Laureano Premium branco 2010. Castas: Arinto, Antão Vaz e Fernão Pires. 13% – Nota: 6,5 a 8

Prato: Polvo grelhado com três pimentos e azeite
Vinho: Paulo Laureano Reserve branco 2010, fermentado em madeira. Casta: Antão Vaz. 14,5% – Nota: 7 a 8,5

Prato: costela de boi grelhada, muito mal passada, com batatinhas salteadas
Vinhos:
- Paulo Laureano Reserve tinto 2007. Castas: Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet. 14% – Nota: 7,5 a 9
- Dolium Reserva 2006. Castas: Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet. 14.5% – Nota: 8,5 a 9

Não entrando em médias, o que se constata facilmente é que a qualidade dos vinhos é crescente. O branco Reserva é fermentado em madeira e tem 14,5% de álcool, tendo aquele perfil um pouco pesado que não me agrada muito, mas que no caso se adequou ao polvo grelhado.

No caso do Dolium, é claramente um vinho de nível superior, com grande estrutura e persistência. Tratando-se de um vinho de 2006, mostrou-se pleno de saúde e frescura, com os 14,5% de álcool bem domados pela acidez e pelo estágio de 18 meses em barrica, à semelhança do Reserva tinto. Em ambos os casos Paulo Laureano pôs enfase na utilização da casta Trincadeira, uma quase mal-amada nos tempos que correm e a perder terreno nos encepamentos do Alentejo, mas que o enólogo considera de grande valor para os seus vinhos.

Em suma, mais um excelente jantar no Rubro, a um preço muito razoável para aquilo que nos é oferecido, e um bom painel de vinhos dum dos mais conceituados enólogos portugueses.

Continuação de sucesso nos seus vinhos é o nosso desejo.

Kroniketas, enófilo esclarecido e com o resto da cambada

Região: Alentejo (Vidigueira)
Produtor: Paulo Laureano Vinus

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