Passados 9 anos após a compra, resolvi finalmente abrir este “Contra a corrente”, um tinto bairradino da família Campolargo.
É sabido que os vinhos com a marca Campolargo costumam fugir um pouco aos cânones mais frequentes, primando pela utilização de castas menos habituais e lotes originais em que a Baga muitas vezes se encontra ausente, como é o caso.
Neste caso, aparece aqui o Tinto Cão, casta mais utilizada nos tintos do Douro, a fazer companhia ao Cabernet Sauvignon e ao Castelão Nacional (não confundir com o mais badalado Castelão Francês, habitualmente associado às regiões mais a sul do país).
Com 14 anos de idade, o vinho apresenta-se macio e com aromas óbvios de evolução, mas sem se encontrar em declínio. Os aromas estão limpos e com grande saúde, o vinho está vivo e persistente, com boa acidez e final com alguma pujança.
Não tendo sido consumido ainda em jovem, acabamos por não saber como se comportaria nos primeiros anos, mas este exemplar portou-se perfeitamente à altura da longevidade que se espera dum tinto da Bairrada.
Assim sendo, poderá presumir-se que será um vinho bem interessante quando bebido mais novo, mas essa experiência terá de ficar para outra ocasião.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Contra a Corrente 2008 (T)
Região: Bairrada
Produtor: Manuel dos Santos Campolargo, Herdeiros
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Castelão Nacional, Tinto Cão, Cabernet Sauvignon
Preço com a Revista de Vinhos (adquirido em 2013): 6 €
Nota (0 a 10): 8
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