A ideia era só falar de forma autónoma de vinhos e gastronomia sem encher o blog original, onde se falava de tudo um pouco, de referências vínicas em quantidade desmesurada.
E aquilo que era apenas um passatempo ganhou uma importância e uma relevância tal que acabou por quase fazer esquecer as origens, ao mesmo tempo que crescia o tempo que lhe era dedicado e o número de contactos que apareceram por esta via. Desde outros bloggers e enófilos, até produtores, enólogos, escanções, distribuidores, revendedores, jornalistas, marketeers e consultores de comunicação, a rede foi-se alargando ao ponto de começarem a aparecer convites para os mais diversos tipos de eventos – jantares vínicos, feiras e festivais, provas, visitas, workshops e masterclasses, e até um convite para fazer parte do júri no festival de Vinho do Douro Superior e, imagine-se, participar num jantar baptizado como combate de bloggers, de tudo um pouco foi aparecendo – e até ofertas de garrafas para provar, que nunca pedimos e chegaram sempre por iniciativa dos promotores da oferta.
Foi assim que nos chegou a divulgação duma pós-graduação em Wine Marketing & Events, no ISLA de Santarém, que acabou por ser mais um desafio que coloquei a mim próprio ao decidir frequentar esta formação – uma experiência inédita e inesperada para conhecer melhor “o outro lado” e que, tal como este blog, não faço ideia onde me irá levar. Para já, a experiência está a ser fantástica, e já incluiu visitas a dois produtores onde aprendi mais sobre o modo como se faz vinho do que em 30 anos a ler publicações.
Pelo meio da pandemia, e por sugestão dum amigo quando começavam a surgir provas on-line um pouco por todo o lado, os posts começaram a ser complementados com vídeos – ah, Jaime Santiago, a carga de trabalhos que tu me arranjaste! – o que só veio criar trabalho acrescido mas ao mesmo tempo tornou a empreitada mais aliciante e mais interactiva, devido à componente audiovisual.
Como diz a canção de Jorge Palma, enquanto houver estrada para andar, a gente não vai parar – o tuguinho tem-se remetido preferencialmente ao silêncio, mas continua atento e a manobrar na sombra – e continuaremos fiéis aos princípios que sempre nos nortearam desde o primeiro dia: as nossas provas, as nossas opiniões e as nossas sugestões só nos vinculam a nós próprios e somos os únicos responsáveis pelo que aqui escrevemos.
Não dependemos nem estamos ligados a ninguém na fileira do vinho, não pedimos vinho para provar nem somos pagos para fazê-lo – bem pelo contrário, pagamos e bem para ter os vinhos que bebemos. E assim vai continuar, a não ser quando parte dos produtores a iniciativa de nos contactar, como ainda recentemente aconteceu com as Caves do Solar de São Domingos, que tiveram a gentileza de nos enviar um São Domingos Garrafeira 2011 para provarmos e comentarmos numa reunião on-line. A verdade é que gostei tanto do vinho que, depois de beber a garrafa oferecida, comprei mais duas!
Brindemos por isso a todos vocês, que nos têm acompanhado nesta caminhada que já vai longa. E brindamos com um vinho muito especial, que faz parte do nosso imaginário desde muito antes da existência de blogs, praticamente desde que começámos a explorar e a descobrir vinhos, há quase 30 anos. Já escrevemos sobre ele há pouco mais de um ano, descubram-no aqui, e descubram o vídeo de aniversário que lhe dedicámos.
Continuem aí desse lado e não se esqueçam que a vida é demasiado curta para beber maus vinhos.
E termino com uma frase que já se tornou habitual:
Subscrevam, naturalmente, o canal, para não perderem pitada da Krónikas Viníkolas ao vivo. Tchau!
tuginho (enófilo esforçado) e Kroniketas (enófilo esclarecido), os diletantes preguiçosos
Vídeo em https://youtu.be/en8StveEmNw
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