No meu copo 677 - Novidades da Adega Cooperativa da Vidigueira (2ª parte)

Os brancos monocasta




Foram estas as grandes novidades no portefólio da Adega Cooperativa. Com o lema White Inspiration gravado na caixa, esta nova marca VDG foi apresentada no formato de vinhos brancos monocasta da colheita de 2016 e, amavelmente, a empresa ofereceu uma caixa com os seis vinhos a cada um dos presentes.

Só agora tive oportunidade de degustá-los a todos à refeição. Provei-os em mais de uma ocasião, com entradas e com pratos de peixe. As impressões recolhidas não diferiram muito daquelas que tinha obtido durante o período de welcome drink antes do almoço no Espelho d’Água e depois no próprio almoço.

Seguindo a ordem alfabética, comecemos pelo Alvarinho. Foi uma belíssima surpresa, a confirmar que esta casta oriunda do verde Minho dá-se muito bem por terras alentejanas e traz para a planície a acidez, frescura e tropicalidade que outras castas autóctones nem sempre conseguem. Foi um dos melhores deste grupo de seis. Muito bem conseguido.

O Arinto, embora agradável e mostrando as características típicas da casta, ficou atrás do Alvarinho, com os aromas mais contidos e a acidez menos marcada. Algo delgado e corpo.

O Chardonnay não se mostrou muito expressivo em termos aromáticos, com nuances tropicais discretas, alguma estrutura sem grande complexidade e final algo curto.

O Verdelho mostrou mineralidade, boa intensidade aromática, corpo médio e final de média intensidade.

O que menos me agradou foi a novidade absoluta, o Vermentino, uma casta italiana típica da costa mediterrânica, da ilha da Sardenha e também da francesa Córsega. Talvez por não estar habituado ao perfil desta casta, achei o vinho bastante delgado, curto de boca e com sabor algo incaracterístico. A prova em casa voltou a mostrar o mesmo perfil, não me convencendo.

Finalmente, o Viognier, que disputou com o Alvarinho a primazia. Muito bom aroma, mineral, intenso, vivo e cheio na boca, final longo e persistente.

Em resumo, este conjunto de seis vinhos mostrou-se uma opção interessante para conhecer o comportamento destas castas no terroir da Vidigueira. O nível médio é bastante interessante, mas se tivesse de escolher os “meus” melhores a opção recairia no Alvarinho e no Viognier, em primeiro lugar, seguidos do Arinto no último lugar do pódio.

Quanto ao Vermentino, será preciso conhecer melhor a casta para poder compreendê-la e apreciar o seu perfil.

Obrigado aos responsáveis da Adega Cooperativa e aos organizadores pelo convite para este excelente momento e pela oferta destes vinhos. As provas mais recentes mostram que esta cooperativa está a renovar-se e a renascer no panorama vínico português. O caminho que está a ser percorrido vai certamente conduzir os destinos da empresa a um bom porto.

Vamos continuar a explorar estes vinhos, que nos ajudam igualmente a mostrar um novo Alentejo, como nas mais recentes provas dos vinhos desta sub-região.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Região: Alentejo (Vidigueira)
Produtor: A. C. Vidigueira, Cuba e Alvito

Vinho: VDG, Alvarinho 2016 (B)
Grau alcoólico: 14%
Casta: Alvarinho
Nota (0 a 10): 8

Vinho: VDG, Arinto 2016 (B)
Grau alcoólico: 14,5%
Casta: Arinto
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: VDG, Chardonnay 2016 (B)
Grau alcoólico: 14%
Casta: Chardonnay
Nota (0 a 10): 7

Vinho: VDG, Verdelho 2016 (B)
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Verdelho
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: VDG, Vermentino 2016 (B)
Grau alcoólico: 12%
Casta: Vermentino
Nota (0 a 10): 6,5

Vinho: VDG, Viognier 2016 (B)
Grau alcoólico: 14%
Casta: Viognier
Nota (0 a 10): 8

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