Na minha mesa 433 - La Brasserie de l'entrecôte

  

Conheci este restaurante há uns 20 anos, nem sei bem quando. Só existia um, o original, na Rua do Alecrim junto ao Largo Camões, ao Chiado. Fui lá algumas vezes com o tuguinho e com o saudoso Mancha e desde sempre, sendo nós uns carnívoros incorrigíveis, aquele entrecôte coberto com o molho especial cheio de especiarias fez as nossas delícias. Aliás, foi por esse prato, único na ementa, que o restaurante se tornou conhecido.

Passaram-se mais de 10 anos desde a última vez que lá fui. Entretanto foram aparecendo outras instalações do mesmo restaurante. A primeira que vi foi na marina de Cascais. Depois tomei conhecimento de outra no Campo Pequeno numa visita a um certame qualquer, e entretanto fiquei a saber que há outra no Parque das Nações e mais um no Centro Comercial Amoreiras. Isto só em Lisboa, pois ainda há mais um no Porto. É o sinal dos tempos. Se até a tradicional Portugália já tem cervejarias por tudo quanto é sítio, até em centros comerciais...

Aproveitando o dia dos namorados destes resolvi ir jantar a um destes restaurantes. Telefonei para o do Parque das Nações a reservar mesa numa 4ª feira para o sábado seguinte, e estava esgotado! Tentei então o do Campo Pequeno, e lá conseguimos uma mesa para quatro.

A ementa está ligeiramente estendida, com um bife de seitan em alternativa ao entrecôte, e na entrada existe agora uma alternativa à salada de alface e rúcula, constituída por salmão fumado. Todos optámos pela salada tradicional e pelo entrecôte com molho brasserie.

O segredo deste bife, regado com um delicioso molho, para além da qualidade superior da carne reside no tempero usado no molho, com 18 condimentos e especiarias. Para acompanhar apenas batatas fritas, em palitos fininhos e tenros, que se vão comendo sem dar por isso. As doses são generosas, de tal forma que ainda sobrou carne...

Para sobremesa vieram um sorbet de limão e um bolo fondant de chocolate com gelado.

Serviço irrepreensível, rápido, eficiente, atencioso, tudo corre sobre rodas. A decoração deste restaurante incide em fotos de Paris a preto e branco, a fazer jus à inspiração francesa do bife. Nada como visitar o site do restaurante para descobrir as variantes entre as diversas instalações.

A garrafeira, não sendo muito vasta, cobre opções suficientes para todas as preferências. Para acompanhar a refeição escolheu-se um Paço dos Cunhas de Santar 2010, que já conhecíamos e esteve perfeito com o prato. Como não há meias-garrafas e o vinho não foi suficiente, acabou-se por pedir um reforço a copo: um de branco Quinta de Bajancas (Douro) e um de tinto Herdade da Pimenta (Alentejo), que complementaram a função a preceito.

No final sai-se plenamente satisfeito e saciado, e assim se terminou em amena cavaqueira um dia dos namorados algo diferente.

Se gosta de bifes de vaca e ainda não experimentou este restaurante, reserve algum dinheiro e quando puder experimente. Verá que não se arrepende.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Restaurante: La Brasserie de l'entrecôte
Localização: Campo Pequeno
Lisboa
Preço médio por refeição: 35 €
Nota (0 a 5): 4,5

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