No meu copo 259 - Cartuxa 2005

Este não tem sido um dos vinhos mais provados cá pela casa, embora seja um dos que mais prestígio ostenta em terras do Alentejo. Não sendo o topo de gama da Fundação Eugénio de Almeida (esse lugar está reservado para o Pêra Manca branco e tinto), será contudo o seu principal ícone, assim como uma espécie de “Esporão da Adega da Cartuxa”.

Com ele tenho mantido uma relação algo distante e nem sempre fácil. Conheço-o há muitos anos mas nem sempre me convenceu de que valia a pena pagar por ele o preço que custa (e a comparação com os vinhos do Esporão é quase inevitável neste patamar de preços). A última prova, contudo, já tinha deixado uma óptima impressão com a colheita de 2006. Agora este 2005 que estava guardado, bebido em quadra natalícia a acompanhar uma perna de borrego, esteve excelente. Pujante, vigoroso, com grande estrutura e um longo fim de boca, muito fechado no início ganhou bastante com a decantação quando começou a libertar os aromas e a amaciar um pouco os taninos.

Mostrou estar ali para durar, parecendo ser um vinho para durar uns 10 anos em plena forma e até pareceu estar mais vivo que o de 2006 que tínhamos provado em Maio. Ou já tinha evoluído melhor ou então a idade faz-lhe bem e está ainda na fase ascendente. Se assim for teremos um grande vinho (que já é) daqui por uma boa meia-dúzia de anos.

A verdade é que esta garrafa convenceu-me plenamente, pelo que o Cartuxa passará a ser um vinho a revisitar com maior frequência.

Kroniketas, enófilo natalício

Vinho: Cartuxa 2005 (T)
Região: Alentejo (Évora)
Produtor: Fundação Eugénio de Almeida - Adega da Cartuxa
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Aragonês, Trincadeira, Tinta Caiada
Preço em feira de vinhos: 14,85 €
Nota (0 a 10): 8,5

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