No meu copo 976 - Quinta da Boa Esperança Reserva branco 2018

Vídeo em https://youtu.be/muWMWZQ4M3U

Este é o que se pode chamar um vinho difícil.

Sendo oriundo duma região em que os brancos são naturalmente frescos e acídulos, e tendo na composição do seu lote duas castas típicas da zona, foi elaborado de forma a colocá-lo num patamar de qualidade e preço superior.

O problema é que, mais uma vez, esbarramos aqui num pecadilho que se repete sem cessar, a tragédia nacional dos brancos: o excesso de madeira, que acaba, quase sempre, por abafar tudo o resto.

E neste Quinta da Boa Esperança Reserva, em que eu depositava tantas esperanças, acabei por me deparar mais uma vez com esse facto: a fruta, a acidez, a frescura, tudo fica meio escondido por uma madeira demasiado impositiva e que marca o vinho em excesso.

Perante isto, o que se há-de fazer? São gostos... e desgostos...

É fácil perceber que, quanto mais caros são os brancos, mais madeira têm – o resultado é que não é necessariamente melhor, portanto menos gosto deles. No entanto, torna-se uma equação fácil de resolver; bastava ter olhado para a frase fatal do contra-rótulo: “fermentado em barricas novas de carvalho francês” para saber o que me esperava...

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Quinta da Boa Esperança Reserva 2018 (B)
Região: Lisboa (Torres Vedras)
Produtor: Sociedade Agrícola da Gama
Grau alcoólico: 13%
Castas: Arinto, Fernão Pires
Preço: 17 €
Nota (0 a 10): 7,5

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