No meu copo 909 - Marquês de Marialva Grande Reserva, Arinto 2015

Vídeo em https://youtu.be/Uw8tJjXwBYw

Tinha tudo para ser um enorme vinho! Um pouco à semelhança do Pêra-Manca, referido há algumas semanas, que passou por madeira mas manteve todo o equilíbrio necessário para se guindar a um patamar de excelência.

Infelizmente não é o que se passa aqui, porque mais uma vez o excesso de madeira impõe a sua lei, marcando todo o conjunto em demasia.

Desde logo, a cor deixa antever o que aí vem: um dourado carregado a tender para o palha, e desde logo a madeira a fazer-se sentir. Não muito impositiva no nariz, onde se sente algum melado, mas na boca sobressai a madeira sobre tudo o resto.

Quanto me falam em vinho untuoso, é logo de desconfiar: quer dizer que tem madeira a mais.

É uma pena que se continue a estragar tanto vinho bom com esta mania inexplicável de carregar os brancos (onde o efeito é muito mais evidente) com carradas de madeira. Um exagero sem sentido!

Eu não posso fazer nada quanto a esta verdadeira tragédia nacional que é a produção daquilo que há alguns anos alguém baptizou, numa alusão muito feliz, como “pau líquido”. Apenas posso manifestar a minha opinião nos meios ao meu dispor. Não questiono o trabalho de produtores e enólogos, que estudaram para isto e gerem os seus negócios como querem e sabem.

Simplesmente, como costumo pagar (e às vezes muito bem, como é o caso) por aquilo que bebo, compro certos vinhos uma vez, e a seguir faço-lhes uma cruz por cima.

Para esses, é game over! E quando são caros, é tão certo como o sol nascer amanhã!

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Marquês de Marialva Grande Reserva, Arinto 2015 (B)
Região: Bairrada
Produtor: Adega Cooperativa de Cantanhede
Grau alcoólico: 13,5%
Casta: Arinto
Preço: 17,50 €
Nota (0 a 10): 6,5

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