Na Wine O’Clock 18 - Casa de Santar

Em mais uma presença na Wine O’Clock, ocorrida há cerca de um mês, tivemos mais uma oportunidade (em boa hora, diga-se de passagem) para provar alguns dos vinhos da Casa de Santar, propriedade emblemática da Dão Sul e na própria região do Dão.

Tivemos igualmente o prazer de contar com a presença do sempre disponível enólogo Osvaldo Amado, que com a simpatia habitual nos falou dos vinhos em presença.

Depois do encontro na Quinta de Cabriz organizado pelos #daowinelovers em Janeiro, boa parte destes vinhos foram apenas revisitados, mas agora com a vantagem de não estarem dispersos no meio de várias dezenas.

Passando a uma breve apreciação dos vinhos, tivemos em presença os Casa de Santar Reserva branco 2013, tinto 2011 e Touriga Nacional 2010, o Condessa de Santar branco 2011 e o espumante 2010, o Conde de Santar (tinto) 2009 e o Casa de Santar Colheita Tardia 2010.

Dum modo geral, o nível dos vinhos apresentados esteve num patamar bastante elevado, começando pelos Casa de Santar Reserva. O tinto Reserva não nos surpreendeu, como habitualmente, mostrando a sua característica elegância, sem deixar de mostrar uma boa estrutura na boca temperada por grande suavidade e taninos macios. Um verdadeiro must na gama média-alta. Já o branco Reserva mostrou uma evolução de perfil desde a última vez que o tínhamos provado, com madeira agora muito mais domada e menos marcada, mostrando agora uma elegância e uma frescura que antes lhe faltava. Mudou claramente para melhor, o que se saúda. Quanto ao Touriga Nacional, depois dos vinhos de lote, acaba por perder um pouco em termos de complexidade, sem deixar de mostrar um bom aroma e também bastante suavidade.

Depois passámos à realeza, onde entraram os pesos-pesados. O Condessa de Santar, feito de Encruzado e Bical, que há uns anos era uma baforada de madeira no nariz a na boca, agora mostra-se delicado, com grande frescura e acidez, um vinho duma elegância notável que não se esperava. Para grandes e requintados pratos de peixe. Também o espumante do mesmo nome se mostra suave, elegante, fresco e macio.

O Conde de Santar, elaborado com Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinto Cão, apresenta-se suave e elegante mas com os aromas muito fechados. É claramente um vinho de grande potencial mas preferencialmente de guarda. Precisa de tempo para se libertar no copo e para melhorar na garrafa.

Finalmente, o Colheita Tardia confirmou as impressões anteriores: é mais leve e aberto que outros do género, menos doce e portanto menos enjoativo. Pode ser uma boa aposta para começar a gostar de vinhos doces.

Em suma, uma prova excelente, com uma amostra da elevada qualidade dos produtos da Casa de Santar, em que o melhor elogio que podemos fazer é que são todos bons, muito bons ou excelentes. Melhor que isto é difícil exigir.

Kroniketas, enófilo esclarecido

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