No meu copo 743 - Pousio Selection tinto 2016

Eu tento. Juro que tento!

No que respeita ao vinho, não tenho preconceitos, ou tento não ter.

Bebo brancos, tintos e rosés. Portugueses e estrangeiros. Do Velho Mundo e do Novo Mundo. De norte a sul, do litoral ao interior, da planície à montanha. Leves e encorpados, macios e adstringentes, com madeira e sem madeira, velhos e novos. Tranquilos e com bolhinhas. Champanhes e espumantes (não bebo Asti, porque aquilo é uma mistela vagamente parecida com espumante). De mesa e generosos. De aperitivo e de sobremesa. Caros e baratos. Encontro vinhos de que gosto em todas as regiões de Portugal e em todos os países de que já tive oportunidade de provar algum(ns).

Desde que comecei a apreciar vinho, e principalmente desde que este blog existe, alarguei muito os meus horizontes e os meus conhecimentos e multipliquei várias vezes o meu leque de escolhas. Passei a gostar de vinhos que antes rejeitava. Tenho posts escritos sobre brancos de Chardonnay e de Sauvignon Blanc em que manifestava a minha vontade de não voltar a encontrá-los, e hoje o Sauvignon Blanc é uma das minhas castas preferidas...

Sou um mero consumidor amador, que paga 99% daquilo que bebe. Respeito o trabalho de produtores e enólogos, e não sou ninguém para criticar quem trabalha e estuda para pôr um produto cá fora.

Mas caramba, se há casos de paixão, e vinhos que me acompanham desde sempre e que provo regular mas moderadamente e de modo quase religioso (para manter a chama da paixão a arder lentamente – o caso mais evidente é o Reguengos Garrafeira dos Sócios que me acompanha há mais de 25 anos), há outros casos em que, por mais que tente, não consigo gostar de vinhos de certas proveniências e certas marcas. Não são casos de má-vontade. Se calhar são casos, tal como acontece com as pessoas, de falta de empatia. Por exemplo, há uma empresa de cervejas que também passou a fazer vinhos, mas as minhas experiências com eles foram tão más que acho que eles deviam continuar a dedicar-se só às cervejas...

A verdade é que algumas marcas não me conseguem provocar qualquer sensação. Este vinho, bebido num almoço em restaurante, foi um desses casos. Rústico, deselegante, roufenho é a palavra que melhor me ocorre para descrevê-lo. Ainda procurei os comentários dos especialistas; nada do que vi escrito reflecte aquilo que senti quando bebi este vinho.

Tenho pena, mas já não é de agora. Até admito que o problema possa ser meu. Mas dada a repetição de experiências, sempre no mesmo sentido, estou fortemente inclinado a pensar que o problema está mesmo no vinho...

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Pousio Selection 2016 (T)
Região: Alentejo (Vidigueira)
Produtor: Herdade do Monte da Ribeira
Grau alcoólico: 14%
Castas: Alicante Bouschet, Syrah, Trincadeira
Preço: 6 €
Nota (0 a 10): 5

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