Na GN Cellar 2 - Quinta da Falorca



Continuando este périplo pelo Dão, na passada semana tive oportunidade de me deslocar às novas instalações da Garrafeira Nacional, a GN Cellar na Rua da Conceição, na baixa lisboeta, para uma prova de vinhos da Quinta da Falorca, onde tive oportunidade de reencontrar o Pingus Vinicus, natural e grande aficionado da região.

Sendo um dos nomes que vão sendo badalados como estando na linha da frente para a reabilitação do prestígio do Dão, era uma boa oportunidade de conhecer o que este produtor nos coloca à disposição. Começámos por um branco de Encruzado de 2012, a casta da moda nos brancos do Dão, que se mostrou apetitoso, bem estruturado, com alguma mineralidade e frescura na boca. Apesar dos 14% de álcool, este não se faz sentir e não pesa na prova.

Seguiram-se 4 tintos, um deles que apareceu como surpresa para o fim do evento. O Reserva Lagar 2009 é um tinto típico do Dão, suave e equilibrado, algo discreto de aromas. Os dois seguintes, um Touriga Nacional 2005 e um Garrafeira 2007, mostraram perfis bastante diferentes. No caso no monocasta, apresentou o floral típico da Touriga, alguma vivacidade na boca, mas perdeu na comparação muito próxima com o Garrafeira. Este revelou-se um vinho já maduro, crescido, num óptimo ponto de evolução, elegante e ao mesmo tempo estruturado, um verdadeiro Dão clássico, um vinho claramente para mesa, a pedir um prato requintado e bem temperado.

Já na recta final, apareceu o vinho-surpresa, um Reserva 2001. Um dos tais a fazer lembrar os vinhos antigos. Suave, equilibrado, elegante, com tudo no ponto certo, um vinho para apreciar e degustar devagarinho e sem pressa.
Daquilo que é possível reter num evento deste género, a qualidade média mostrou-se bastante elevada, embora os preços dos vinhos apresentados possam tornar-se dissuasores, uma vez que à excepção do branco todos apresentam valores acima dos 20 €. Há que lhes dar tempo para fazerem o seu caminho.

Kroniketas, enófilo esclarecido

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