25 (em sincronia com as Krónikas Tugas)



Nestes tempos de desânimo e em que o objectivo dos nossos “líderes” é fazer-nos empobrecer, que significado tem comemorarmos mais uma vez a revolução do 25 de Abril?

Será que falhou? Será que falhámos? Podemos não ter chegado onde desejávamos, mas basta comparar as situações política, social e económica no antes e no depois para nos deixarmos de falácias e de invocar dons sebastiões, chamem-se salazar ou outra porcaria qualquer.

Sim, temos um governo que nem sequer possui o pingo de vergonha que ainda restava aos anteriores e um presidente da República mesquinho, que nem para amanuense obscuro devia servir, mas Portugal vai muito para além disso e é muito para além disso. No futuro, assim daqui a umas décadas, ler-se-á certamente Saramago mas poucos saberão quem foi este cavaco.

Costuma dizer-se que os cães ladram mas a caravana passa – deixemos então estes cães sarnentos ladrar e integremos a caravana que passa. E se a caravana não for a ideal, modifiquemo-la, e não liguemos aos cães.
Já dizia o Manuel Alegre:

"Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não."

Haveria muito mais a dizer? Certamente. Fica para outros dias…

tuguinho, cínico adiado

Comentários

Unknown disse…
Dos cães sarnentos eu ainda tenho pena e se puder ajudo-os a curarem-se, mas destes não tenho pena e já não têm cura.