No meu copo, na minha mesa 290 - Jantar Esporão no restaurante Rubro





Desde há cerca de dois anos começámos a frequentar os jantares vínicos do restaurante Rubro, no Campo Pequeno em Lisboa.

Tal como os outros espaços circundantes na nova praça de toiros desde a sua remodelação, o Rubro utiliza (presume-se) antigas instalações ligadas ao espectáculo da tourada, abrindo directamente para a rua, mesmo ao lado da entrada principal do recinto. Uma sala mais pequena no rés-do-chão, com o balcão e uma zona de tapas à esquerda e algumas mesas à direita numa zona relativamente recatada. Ao centro uma escadaria de acesso ao 1º andar, onde está o espaço mais amplo para acomodação dos comensais, podendo nesse trajecto vislumbrar-se a montra onde estão expostos alguns dos exemplares mais relevantes da garrafeira, como um tinto Pesquera que ainda não nos passou pelo estreito.

Incursões deste grupo de comensais ao Rubro já foram várias, em diversas variantes: a 3, a 4, a 5 e a 6. A primeira visita fez-se na companhia do Mancha e do Politikos para um jantar regado com vinhos das Cortes de Cima. Não conhecíamos o método, que começa por umas tapas no rés-do-chão (ou na rua, quando a época do ano e o tempo o permite) e a degustação de vinhos de entrada de gama do produtor convidado. No caso das Cortes de Cima recordo-me que tivemos oportunidade de provar o Chaminé branco e tinto. Quando é chegada a hora de ocupar as mesas, normalmente um representante do produtor (o enólogo, ou o próprio produtor), a meio das escadas e antes de subir ao 1º andar para tomar assento nos lugares que nos são destinados, faz uma pequena introdução aos vinhos a provar.

Começa então o desfile das iguarias para acompanhar os vinhos escolhidos. No caso das Cortes de Cima recordo-me que exageraram nas doses do Touriga Nacional, de tal modo que os seguintes já quase não souberam a nada, e quando chegou finalmente o Reserva, lá para a sobremesa, já havia quem tivesse ingerido excesso de álcool e não se lembrasse bem como saiu de lá...

Seguiu-se um jantar magnífico com vinhos do Esporão, onde esteve presente o grupo mais numeroso, com 6 comensais, e onde compareceram os vinhos de topo da Herdade: Esporão Reserva, Private Selection, Quinta dos Murças (da nova produção no Douro), terminando com um Porto 10 anos da Quinta dos Murças e com a aguardente Magistra, muito apreciada pelo Mancha. Nas entradas ainda se pôde degustar o branco 2 Castas e o tinto Assobio, da Quinta dos Murças.

Seguindo o guião habitual, houve diversos vinhos a acompanhar diversos pratos, com a ordem que se segue:

Pratos: carpaccio, curgetes com camarão (absolutamente divinais).
Vinho: Esporão Reserva branco 2010. Fermentado em madeira, apresentou boa estrutura sem ser pesado, mantendo alguma frescura. Castas: Antão Vaz, Arinto e Roupeiro. 14% – Nota: 8

Pratos: Cogumelos com queijo de cabra e folhado de alheira e espinafres.
Vinho: Quinta dos Murças Reserva 2008. Bom nariz e estrutura média. Faltou-lhe alguma estrutura para acompanhar o sabor forte do queijo, que exigia um vinho mais pujante. Castas oriundas de vinhas velhas. 14% – Nota: 8

Prato: “Chuleton” de boi com molho, acompanhado de batatas assadas.
Vinho: Esporão Private Selection 2007. Vinho notável, muito profundo no nariz e com uma persistência inigualável. Um vinho ao nível do Quinta da Leda, embora de perfil diferente. Absolutamente extraordinário nos seus 14,5%. Castas: Alicante Bouschet e Aragonês – Nota: 9,5

Depois deste repasto, outros se seguiram...

Kroniketas, enófilo esclarecido e com a cambada toda

Região: Alentejo (Reguengos)
Produtor: Esporão

Restaurante: Rubro
Campo Pequeno - Lisboa
Tel: 210.191.191
Nota (0 a 5): 4,5

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