Pouco “show” e ainda menos “gourmet”

No passado dia 24 de Novembro desloquei-me pela primeira vez ao Convento do Beato para visitar o "Porto e Douro Wine Show" e "Lisboa Gourmet". Nos claustros do convento (sim, o mesmo local onde os Scorpions gravaram o memorável concerto acústico a que não fui assistir) estavam montadas as bancas dos expositores, ocupando todo o espaço. Em volta mais algumas bancas com aquilo que deveria ser a parte gourmet do evento.

Descontando o facto de que a parte gourmet pressuporia apenas a existência de alguns petiscos para provar e pouco mais, a verdade é que não esperávamos tão pouco. O que havia para provar eram rebuçados de ovo, bolachas de chocolate, Água das Pedras com sabor a limão e pouco mais. Depois lá havia um exíguo espaço onde se confeccionava uns pratos de arroz e noutra sala o chefe Rui Paula, do restaurante DOC em Folgosa do Douro, fazia uma demonstração de confecção de chamuças de alheira que depois deu a provar aos que assistiam, acompanhando com um vinho de Domingos Alves de Sousa. E por aqui se ficou o Lisboa Gourmet. Os próprios expositores se queixavam de que, tendo de estar lá até às 10 da noite, não tinham onde comer nada.

Não deixa de ser estranho que num evento daqueles se descure completamente a parte gastronómica, que não só manteria os visitantes mais entretidos como permitiria aconchegar os estômagos de modo a poder fazer mais provas. Assim, de estômago vazio e com duas crianças a acompanhar, ao fim de uma hora e meia demos o fora e dirigimo-nos a casa para jantar.

Quanto ao Porto e Douro Wine Show, embora estivessem representados muitos produtores importantes, como Sogrape, Ramos Pinto, Real Compahia Velha, também estranhei a ausência de nomes de peso no sector do Vinho do Porto: Symington, Taylor’s, Fonseca, Niepoort e todos os outros “Douro Boys” primaram pela ausência. Será por perceberem a pouca expressão do evento?

Requer-se mais cuidado na organização para que o público não se afaste e o evento não morra. Pelo que vi, não ficou grande entusiasmo para voltar.

A meio do percurso, como já vem sendo habitual, voltei a encontrar o “casal Chapim”. Não estamos combinados mas lá vamos frequentando os mesmos lugares onde decorrem eventos gastro-etílicos. Será que um dia destes nos vamos encontrar numa visita ao novo espaço do Wine O’Clock em Lisboa?

Kroniketas, enófilo esfomeado

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