Há vinhos cuja excelência torna a tarefa de tentar descrevê-los não só complicada mas também, por vezes, pouco conseguida...
Este regresso aos tintos Quinta do Monte d’Oiro Reserva, vários anos depois da última prova, não foi surpreendente pela quantidade revelada nas duas garrafas provadas. Surpresa foi, apenas, que essa qualidade ainda se mantivesse tão elevada na colheita mais antiga.
Deste Quinta do Monte d’Oiro Reserva tinto 2004 parecia que já estava tudo dito, mas não estava: porque depois da prova anterior, em 2015, desta vez ele ainda estava melhor do que antes! Um vinho perfeitamente adulto, completo, onde nada falta, e com uma saúde e exuberância aromática que nada faria prever estando com 18 anos. Um portento!
A prova mereceu a companhia do Reserva 2012, igualmente magnífico, mas que acabou por ficar um bocadinho ofuscado pelo 2004, uma vez que em comparação com o seu irmão mais velho pareceu estar ainda inacabado. Na realidade, está ainda a crescer. Desta colheita tive oportunidade de provar mais do que uma garrafa, e a cada prova o vinho estava melhor do que na anterior.
Temos aqui, portanto, um vinho claramente de guarda, que se mantém por muitos e bons anos a crescer na garrafa e que promete grandes e agradáveis surpresas, sabemos lá até quando.
Em qualquer destas colheitas encontramos taninos de seda, exuberância aromática, estrutura e persistência e uma pujança notável para um vinho já com esta(s) idade(s). Em qualquer dos casos é um vinho de altíssima categoria, que merece ser bebericado e apreciado com toda a paciência e todo o tempo.
Um produto de excelência, como a Quinta do Monte d’Oiro sempre nos habituou.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Região: Lisboa (Alenquer)
Produtor: José Bento dos Santos - Quinta do Monte d’Oiro
Preço: 30 €
Vinho: Quinta do Monte d'Oiro Reserva 2004 (T)
Grau alcoólico: 14,5%
Castas: Syrah (96%), Viognier (4%)
Nota (0 a 10): 9,5
Vinho: Quinta do Monte d'Oiro Reserva 2012 (T)
Grau alcoólico: 14%
Castas: Syrah (95%), Viognier (5%)
Nota (0 a 10): 9
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