Este é um velho conhecido, que já tinha passado pela nossa mesa pelo menos duas vezes, e sempre com agrado. Um bom representante do que se faz na Bairrada.
A verdade é que esta edição de 2015 do Termeão Pássaro Branco não saiu muito feliz... Não que o vinho estivesse imbebível, mas apresentava um fundo aromático, que se intensificava com o tempo, a invocar notas de couro que faziam lembrar um dos defeitos do vinho que é muitas vezes associado aos tintos – suor de cavalo.
Aspirando mais intensamente, o cheiro fazia mesmo lembrar estrebaria – o que não pode ser bom.
Se foi um problema na fermentação, no armazenamento, no estágio em barricas (algo frequente quando há problemas de limpeza), nas garrafas... não saberemos, mas o resultado não é dos mais felizes.
Da Touriga Nacional, presente em 85% do lote, que é uma casta que normalmente não se deixa abafar... nem sinais! Os restantes 15%, apresentados no contra-rótulo como sendo Castelão, na realidade correspondem não ao Castelão Francês, que antigamente era conhecido por Periquita, mas ao Castelão Nacional, que na realidade é mais conhecido vulgarmente por Camarate.
Não se percebe, aliás, esta desinformação ao consumidor, que só pode induzir em erro e passar a informação incorrecta. Tão pouco se percebe a intenção de colocar esta informação no contra-rótulo, quando no site do produtor aparece outra coisa... Passar informação errada a quem compra, normalmente, não é boa política...
Em suma, parece que neste vinho, desde o que foi para dentro da garrafa até ao que ficou do lado de fora, nada correu lá muito bem...
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Termeão Pássaro Branco 2015 (T)
Região: Bairrada
Produtor: Manuel dos Santos Campolargo, Herdeiros
Grau alcoólico: 13%
Castas: Touriga Nacional (85%), Camarate (15%)
Preço com revista Grandes Escolhas: 6 €
Nota (0 a 10): 5
Comentários