Atrelados à Ravasqueira - III Edição (2ª parte)



O segundo dia começa com o pequeno-almoço na mesma sala onde se jantou na véspera. Seguir-se-ão as visitas guiadas, que constituirão outro ponto alto da nossa passagem por lá.

O percurso começa pelas várias casas que por ali existem, desembocando na sala dos Atrelados, que alberga uma vasta colecção de coches desde o tempo na monarquia, impecavelmente conservados. Existem modelos de todos os tipos e feitios, até alguns chamados coupé, uma designação que ainda hoje se mantém para os automóveis. Alguns detalhes que podemos observar naqueles veículos viajaram até aos nossos dias, tendo alguns conceitos surgido nestes modelos.

As corridas de atrelados eram uma paixão antiga dos proprietários, tendo a empresa conseguido sagrar-se campeã mundial em 1996, em Waregem (Bélgica), e vencido a Taça Ibérica de Atrelagem em 2006 em Portugal.

O percurso segue para as vinhas, que começaram a ser plantadas em 1998. Em 2001 realizou-se a primeira vindima e em 2003 foi lançado o primeiro vinho com a marca Monte da Ravasqueira, da colheita de 2002.

São 45 hectares dedicados à vinha em 29 talhões 8 tipos de solo diferenciados. Passamos pela famosa Vinha das Romãs e durante este passeio é-nos chamada a atenção para a quantidade e relevância de produtores de vinho sediados sensivelmente ao longo dum eixo longitudinal que vai desde Montemor-o-Novo até Elvas, passando pelas sub-regiões de Évora, Borba, Redondo e Reguengos.

De facto, estas quatro sub-regiões, numa área de aproximadamente 50 km de alto por cerca de 40 km de largo, concentram uma parte significativa dos produtores e dos vinhos mais emblemáticos do Alentejo, incluindo-se aqui alguns que estão fora da área de denominação DOC, como a Tapada de Coelheiros (ver mapa em cima).

Significa isto que, nesta faixa, existirão condições muito particulares para a produção dos vinhos mais típicos do Alentejo. Não por acaso, aqui surgiram algumas das primeiras adegas cooperativas e metade das sub-regiões demarcadas da região.

Em 2017 houve um reposicionamento de algumas marcas no mercado, com criação de novas gamas e ajustamento de preços. Foi com essas novas gamas que ainda fomos presenteados antes de dar por finda a jornada. Cada um dos convidados presentes teve direito a 8 garrafas de vinho para levar para casa, das gamas Clássico, Superior e Seleção do Ano. Desses vinhos teremos oportunidade de falar em seguida, pois uma tal quantidade justifica um artigo separado.

No final desta visita, só nos resta agradecer à equipa do Monte da Ravasqueira que nos acompanhou, a simpatia com que fomos tratados e tudo o que nos proporcionaram – alojamento, alimentação, transporte, visita e ofertas! Não poderíamos esperar mais.

Uma palavra especial de agradecimento à Carlota Burnay, que estabeleceu os contactos e fez os convites.

Quanto aos outros convivas, um cumprimento para todos os que já conhecia e tive oportunidade de rever, e para os que conheci de novo, e que proporcionaram um animado convívio.

Obrigado por partilharem este mundo tão interessante, e que tão bons momentos tem proporcionado.

Kroniketas, enófilo itinerante

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