No meu copo 777 - Rosemount GSM 2013

E agora algo completamente diferente, parafraseando os Monty Python.

Falamos dum vinho australiano, produzido próximo da cidade de Adelaide, com o nome associado às três castas que lhe deram origem. Adquiri-o por curiosidade, como resultado da descrição que dele era feita no site em que o encomendei (www.flashgorumet.pt).

Reza assim:

“Rosemount Estate, criada em 1974, é uma empresa de vinhos australiana baseada na região de Hunter no sul da Austrália, sendo propriedade do Grupo Tesouro Wine Estates. No princípio do século 21, Rosemount foi o segundo mais vendido das marcas de vinho australianos nos EUA. A Rosemount construiu uma forte reputação a nível internacional e no seu próprio país para a produção de vinhos de alta qualidade.

Lançado pela primeira vez em 1994, os vinhos GSM são a interpretação da tradicional mistura do velho mundo com as castas Grenache, Shiraz e Mourvèdre, provenientes de McLaren Vale. Os ricos sabores de frutas picantes de Grenache equilibra o poder opulento de Shiraz e a estrutura firme de Mourvèdre, com o Shiraz proporcionando uma grande estrutura e equilíbrio para o fruto inicial do Grenache. Este vinho não é apenas altamente atraente em novo, mas também tem a capacidade comprovada para envelhecer bem.

Frescura, vibração e grande potabilidade são as qualidades que Rosemount Estate promete em cada garrafa. Um vinho fácil de beber e cheio de sabores deliciosos.

Syrah
Popularmente conhecida como Shiraz, principalmente na Austrália onde tem enorme sucesso, esta casta resulta na produção de vinhos escuros, ricos, fortes, com um elevado grau de álcool e ligeiramente apimentados. Combina na perfeição com várias outras castas e envelhece de forma sublime, conferindo ao produto final o estatuto de um vinho tinto verdadeiramente clássico.
As principais notas aromáticas: cerejas pretas, groselhas negras, amoras, ameixas, damascos, pimenta preta, alcaçuz, gengibre, chocolate preto, violeta.

Grenache
Os climas quentes e secos potenciam todo o sabor desta casta que, com o seu paladar frutado e apimentado, revela ainda um grau de álcool substancial, ideal para combinar com outras castas ou para liderar, sozinha, aquele que já é considerado um dos vinhos tintos mais na moda.
As principais notas aromáticas: morangos, framboesas, groselhas vermelhas, ginjas, pimenta preta, gengibre moído, chocolate, violetas.

Monastrell
Uma das castas melhor adaptadas ao calor, a uva Monastrell contribui com estrutura e notas de amoras maduras nos potentes tintos do Mediterrâneo, principalmente no sul da França, onde é conhecida como Mourvèdre. É umas das castas mais antigas em produção. Segundo algumas teorias, a uva Mourvèdre chegou a Espanha levada pelos fenícios em 500 a.C. A Espanha é o país com a maior área plantada, chegando a mais de 60 mil hectares.

Um vinho do novo mundo com 3 castas típicas do velho mundo. Foi Wine Spectator Top 100 de 2007, e ao saboreá-lo, você pode ver o porquê.”


Perante tão opulenta descrição, a expectativa era elevada. No entanto, o vinho não correspondeu de todo. Demasiado álcool tornou o vinho adocicado e algo enjoativo. Faltou-lhe um perfil mais vibrante assim como riqueza de aromas.

Há cerca de uma década, em Portugal, fomos invadidos por uma praga de vinhos deste género, que encheram o mercado de verdadeiras xaropadas. Não digo que fosse exactamente este o caso, mas a verdade é que não convenceu de acordo com o que era anunciado.

Demasiado caro para o prazer proporcionado.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Rosemount GSM 2013 (T)
Região: McLaren Vale (Austrália)
Produtor: Rosemount Estate – McLaren Vale, South Australia
Grau alcoólico: 15%
Castas: Grenache, Syrah, Mourvèdre
Preço: 14,25 €
Nota (0 a 10): 7

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