Bairrada em Lisboa em dose dupla (2ª parte)

Bairrada de Excelência no Centro Cultural de Belém







Voltando ao universo dos vinhos da Bairrada, e regressando no tempo até 2018, a Comissão Vitivinícola da Bairrada e e revista Vinho – Grandes Escolhas trouxeram a Lisboa uma prova de vinhos emblemáticos da região, com a presença de alguns dos mais prestigiados produtores.

Não é uma repetição do Bairrada@LX, até porque tem um número de produtores e de visitantes bastante mais restrito, mas incide sobre o melhor que a região nos pode oferecer. Como ponto em comum, o facto de o Rei dos Leitões estar igualmente presente neste evento com alguns petiscos à disposição dos visitantes de forma gratuita.

Sem querer ser redundante, mas as impressões aqui colhidas não diferem muito de eventos próximos e similares. A maior diferença esteve num workshop realizado numa sala à parte e dedicado exclusivamente aos espumantes – uma Masterclass Bairrada terra de Espumantes.

Apresentada por Luís Lopes, director da revista e há muitos anos radicado naquela região, a forma como o orador apresentou a falou dos espumantes reflecte bem a paixão que nutre não só pela região, no seu todo, mas pelos seus espumantes em particular.

À data do evento existiam 23 referências de espumantes Baga Bairrada no mercado, sendo esta, actualmente, uma marca distintiva dos espumantes da região.

Foram provados 12 espumantes, separados em 4 temas diferentes:

Tema 1: Rosé em cuba fechada
Tema 2: Baga Bairrada
Tema 3: Castas brancas
Tema 4: Castas brancas e tintas (modelo de Champagne)


Como informação introdutória, realce-se alguns dados trazidos para a mesa.

•A idade do espumante mede-se entre o momento da espumantização e o dégorgement.

• As castas Chardonnay e Pinot Noir, base do champanhe, existem na Bairrada desde final do século XIX, quando a intenção era produzir ali o champanhe bairradino. Para atingir este objectivo a acidez é um factor crucial: o vinho base tem de ter acidez bastante, castas ácidas e colhidas cedo. Costumam ter 11 a 11,5 % de álcool antes de 2ª fermentação.

• Os brancos Baga Bairrada têm um standard de côr, devendo existir uma estabilidade ao nível de cor, acidez e sabor. Existe uma câmara de provadores e um selo especifico para atribuir a certificação Baga Bairrada a um espumante.

Passando aos vinhos provados, aqui ficam algumas notas resumidas.

Tema 1: Rosé em cuba fechada

1 - M&M Gold Edition rosé Baga e Touriga Nacional (Cave Central da Bairrada)
Algo adocicado, meio chato
Preço: 8,50 €


Tema 2: Baga Bairrada - Brancos de Baga

2 - Primavera Baga 2015 extra bruto
Concentração, corpo e acidez. Vivo, vibrante
Preço: 7,40 €

3 - Vinícola Castelar 2013
Mais untuoso e cheio
Preço: 12 €

4 - Íssimo 2013
Muito claro na cor. Bastante cremoso na boca
Preço: 10 €

5 - Original Positivewine 2015
Mais fruta citrina, quase incolor
Preço: 7 €

6 - Regateiro Baga (Lusowini)
Cor mais acobreada, boca mediana
Preço: 10,50 €


Tema 3: Castas brancas (Blanc de blancs, elaborados com uvas brancas tradicionais)

7 - Aplauso Reserva 2009
Bical, Cercial, Maria Gomes
Preço: 8,50 €

8 - Quinta do Ortigão Reserva 2010
Arinto, Bical, Chardonnay (na Bairrada desde o Século XIX para espumantes)
Algo crocante, com notas de frutos secos
Preço: 10,50 €


Tema 4: Castas brancas e tintas (modelo de Champagne)

9 - (Caves da) Montanha Grande Reserva 2010
Baga, Chardonnay, Bical, Arinto
36 meses de cave, bastante jovem na prova de boca
Preço: 12 €

10 - Ataíde Semedo Millésime 2015
Cercial (35%), Bical (35%), Chardonnay (15%), Pinot Noir (15%)
Elegância, finura, qualidade de fruta
Preço: 15,95 €

11 - Luís Costa bruto natural (zero) 2015
Nenhum açúcar adicionado - até 12 gr/lt
Pinot Noir, Chardonnay
Preço: 17,50 €

12 - Messias Blanc de Blancs 2011, Chardonnay
Produzidas 2500 garrafas na Quinta do Valdoeiro, em Vacariça
Muito elegante e intenso
Preço: 15 €


Kroniketas, enófilo esclarecido

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