Não se fecham as portas que Abril abriu


Na véspera do 41º aniversário da Revolução dos Cravos, a notícia do dia era a aberrante proposta dos partidos do “arco da governação” (entenda-se, aqueles que se governam) para submeter a uma apreciação prévia os planos de cobertura da campanha eleitoral por parte dos órgãos de comunicação social. Um exame prévio, ao melhor estilo da censura vigente no regime que o dia que hoje se comemora derrubou.

Perante esta deplorável proposta, que representa um retrocesso de 41 anos na nossa democracia, os órgãos de comunicação dos grupos privados tomaram a única posição decente: se esta lei for em frente, boicotarão a campanha eleitoral.

Era um favor que nos faziam. Esta gentinha que se alcandorou ao poder e que se julga dona do país tem de ser corrida, se for preciso a pontapé, à pedrada, a tiro ou à bomba. E, para começar, nada como a comunicação social deixá-los a falar sozinhos, porque já ninguém tem pachorra para os ouvir.

Ao fim de 4 anos de um governo que tem colocado sucessivos pregos no caixão em que se quer enterrar de vez o 25 de Abril, compete ao cidadãos zelarem para que uma classe política oportunista, incompetente, desonesta e sem sentido democrático não feche “as portas que Abril abriu”, como disse o poeta Ary dos Santos.

Por isso, é hora de, mais uma vez, fazermos ouvir a nossa voz e gritarmos bem alto:

25 DE ABRIL SEMPRE! FASCISMO NUNCA MAIS!
25 DE ABRIL SEMPRE! FASCISMO NUNCA MAIS!
25 DE ABRIL SEMPRE! FASCISMO NUNCA MAIS!

tuguinho e Kroniketas, enófilos de Abril

Foto retirada daqui, com a devida vénia.

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