Após uma primeira prova dum Sauvignon Blanc no Verão passado, voltamos aos vinhos Vicentino, quase um regresso às origens com estes vinhos nascidos na costa vicentina do concelho de Odemira – actualmente nas bocas do mundo não pelas melhores razões...
Mas estes vinhos Vicentino podem trazer a região para a ribalta duma forma positiva e atractiva. Este primeiro de quatro vinhos que aqui vamos apresentar é um bom exemplo desta afirmação.
Começamos com um Vicentino branco (Gama Poente) elaborado com um lote pouco usual – nada menos do que cinco castas, de Portugal e do estrangeiro, de norte e de sul.
Correndo o risco – que por vezes acontece nestes lotes muito vastos – de querer ser um pouco de tudo e acabar por não conseguir ser nada, aqui temos as castas muito bem balanceadas e as características mais marcantes estão aqui presentes.
Apresenta-se com uma cor dourada, aroma cítrico e tropical no primeiro impacto, um ligeiro vegetal e alguma salinidade no final – é curioso sentir-se uma espécie de maresia no aroma que lhe é transmitida pela proximidade do mar e que por vezes é referida nos vinhos nascidos junto ou no meio do oceano.
Mineralidade, estrutura, persistência, frescura e acidez são as marcas distintivas deste vinho, que se apresenta bastante gastronómico e a pedir pratos com alguma complexidade.
Claramente vocacionado para a gastronomia da região, para acompanhar as muitas opções de produtos do mar que existem por toda aquela costa, é um vinho interessante para explorar à mesa. Experimentem-no com mariscos, arrozes e caldeiradas, e certamente fará uma óptima parceria, dada a sua versatilidade, frescura e acidez.
Para já, convenceu e é um bom cartão-de-visita para estes brancos.
É um vinho a revisitar e a ter debaixo de olho.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Vicentino 2018 (B)
Região: Alentejo (Costa Atlântica)
Produtor: Frupor
Grau alcoólico: 12%
Castas: Alvarinho, Arinto, Fernão Pires, Sémillon, Viosinho
Preço: 7,99 €
Nota (0 a 10): 7,5
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